Atenção,
este texto não é sobre a pessoa que escrevi da ultima vez.
Hoje minha irmã comprou esfirras.
Eu gosto de dois sabores: queijo e carne. Gosto da esfirra de queijo
simplesmente porque amo queijo, e gosto da de carne porque, apesar de nunca ter
gostado disso, ela vem com cebola. Você deve estar se perguntando porque estou
escrevendo sobre esfirras. Bom, eu tenho uma mania estranha de sempre deixar
minha comida favorita por último, e faço isso com qualquer comida. Se eu estou
comendo arroz e batatas, sempre vou comer todo o arroz e deixar as batatas para
o final, mas isso não acontece com as esfirras. Hoje eu comi a de carne
primeiro, porque eu tinha certeza que queijo era meu sabor preferido, mas quando
terminei, descobri que na verdade, carne era meu sabor preferido. Acontece que
da última vez, eu tive certeza que carne era meu sabor preferido, então deixei
a de carne por ultimo e depois, tive certeza que queijo era meu sabor preferido.
Isso significa que da próxima vez farei a mesma coisa, consecutivamente até o
último dia da minha vida. As pessoas vivem me perguntando o motivo de trocar
tanto a cor do meu cabelo, ou porque simplesmente vendi meu celular e comprei
uma câmera, e agora comprei o mesmo celular outra vez. Cheguei a acreditar
quando minha mãe disse que eu tinha algum problema comigo mesma, ou qualquer
coisa do tipo (e na verdade ainda acredito as vezes), mas a sanidade é
superestimada, sempre disse isso.
Lembra-se que eu disse no
começo do texto, que este não era sobre a mesma pessoa que escrevi da última
vez? Pois bem, vai parecer. Vai parecer porque a resposta para o meu dilema com
esfirras é o mesmo para qualquer coisa na minha vida. Eu já havia descoberto
isso há tempos, mas cada dia mais eu tenho mais certeza. Talvez não aconteça só
comigo, mas eu sinto que isso fode com a minha vida. Esse texto é sobre você e
esfirras, meu caro, e se você está se perguntando afinal qual a resposta pro
meu dilema, peço que volte para o começo do texto e só volte quando descobrir o
que está deixando passar.
Seu nome ocupou um espaço
significativo na minha cabeça nessas últimas semanas, e é por isso que não me
atrevo a dizer absolutamente nada sobre isso, apesar de ter vontade de dizer
todo tempo que está comigo. Esse é o jogo, e todas minhas relações são assim, e
depois torna-se desinteressante.
Se você que está lendo
esse texto sabe do que eu estou falando, então deve entender porque eu sou uma
má pessoa (não má, mas talvez problemática seja a palavra certa), e que talvez
você deva fechar essa aba agora e me excluir do seu ciclo de amizade. Se
continuar lendo esse texto, recomendo que não deposite em mim quaisquer
esperanças de ser resgatado pelo meu amor pisciano, e não, não estou dizendo isso
unicamente de forma amorosa.
Bom, não vou atrapalhar
sua vida com meu drama bobo de adolescente que vive em um mundo pós traumático,
mas essas malditas esfirras me fizeram entender que eu não posso ficar parada.
Não posso parar em um lugar, algo ou alguém. Reforço a palavra “alguém”, já que
pessoas são atraso de vida. Pessoas nos fazem desistir de tudo, absorvem tudo que
podem e depois nos deixam ir. Provavelmente eu faria isso com você, por isso
não te julgo por ter feito comigo. Você sugou tudo que eu tinha naquele
momento, e eu sempre achei que na verdade estivesse me ajudando. Pessoas como
você, digo, pessoas imóveis, que não vão a lugar nenhum, são um saco de merda.
Vocês vivem num ciclo idiota de aceitação e por Deus que eu não consigo
entender como você consegue viver com isso. Você acha que o passado te tornou
mais forte e aceita o futuro do jeito que vier. E o presente? Ele não existe
pra você? Se esqueceu dele e vive como um adolescente idiota? As únicas coisas
que movem sua vida são as coisas que aconteceram e as que ainda estão por vir.
Certo. Vamos parar de
falar sobre como nossa vida é uma merda e vamos aproveitar que você não está
aqui lendo esse texto, (e mesmo que esteja, não faz ideia de que ele foi
escrito pra você) e vamos dar um basta na história das esfirras, porque pior que amar uma esfirra, é nunca provar por medo de errar. Certo?


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