Não. Não é como um
daqueles dias que você acorda com vontade de fazer algo inspirador. É muito
mais complexo do que isso.
Sabe aquele dia que você
acorda, abre a janela e se pergunta "o que diabos eu estou fazendo da
minha vida"? Aí você começa a olhar pra tudo que você é hoje e procura em
qual lugar do passado você ficou esquecido. Sim, aquele "eu" que sonhava
em ter uma vida extraordinária, aquele "eu" que não se contenta com
um emprego estável e um carrinho 0 km. Ele se perdeu e você nem se deu conta, e
agora você o procura, mas não o encontra.
Hoje eu descobri que não
quero nada disso que estão me oferecendo, eu não quero essa vidinha básica.
Já imaginou se daqui há
alguns anos você decide trabalhar num emprego que odeia só porque o salário é
bom, ou casa com alguém que não ama mas te da uma vida de luxo e pra você está
ótimo assim? Talvez isso aconteça e você nem se dê conta. Isso acontece o tempo
todo com a gente, e nem nos damos conta.
Eu não quero, no meu leito
de morte, pensar na minha vida e me lamentar pelas coisas que fiz e deixei de
fazer. Porque não disse que amava tal pessoa? E porque não pedi desculpa por um
erro que cometi? São tantos "porquês" que eu não quero ter que
responder...
Eu decidi que quero ter
uma vida extraordinária. Quero amar e ser amada, quero viver cada dia como se
fosse o último, quero fazer o que me der vontade. Eu quero correr pra um abraço,
chorar de felicidade. Quero me emocionar, seja com uma história triste ou um
sorriso. Quero viver intensamente, e quero que cada dia seja único e especial.
Quero ouvir um eu te amo quando me sentir sozinha, alguém pra me abraçar quando
eu precisar, uma mão pra segurar quando eu perder o chão. Eu quero ser
única.
Então só peço uma coisa
àqueles que não querem fazer parte da minha vida extraordinária: se não for me
acrescentar nada, que vá embora. Não entre na minha vida pra depois ir embora
levando tudo. Vem e fica.


